Não sou fã desse desenho, mas tenho que admitir que a sua criação revolucionou o mundo dos desenhos animados. Os Simpsons são; sem a menor dúvida, o evento televisivo mais importante dos anos 90; muito embora a primeira temporada da série tenha iniciado em 1989.
Na verdade Os Simpsons se iniciaram ainda como personagens de uma vinheta da Fox em meados dos anos 80. Em 1987 passaram a ser um quadro fixo dentro de um então famoso talk show americano, com um roteiro que beirava a esquizofrenia e um traço bastante tosco. Esses episódios alcançaram grande popularidade, até que em 1989 foi ao ar a primeira temporada da série.
O mundo então conheceu o início do que viria a ser a série de maior duração de todos os tempos (barraram os Flinstones em 1997); e se curvou diante do caldeirão de referências, críticas sutis, e da originalidade da série, que apenas cresceu em conteúdo e qualidade nesses últimos nove anos. É realmente impressionante o perfeccionismo da produção, no que se refere à linearidade dos episódios, e a ligação entre pequenos detalhes, na verdade nada ali é por acaso, como analisaremos ao longo deste.
O que é isso? Olha a cara do Hommer de satisfação! |
“Os Simpsons” pode ser considerado um dos melhores desenhos animados da TV deste milênio. Nasceu em 1987 pelas mãos de Matt Groening, um cartunista profissional dos EUA e seu principal objetivo era representar uma família norte-americana de classe média, com seus problemas e suas soluções.
Este desenho estreou no ano de 1990 no Brasil exibido pela Rede Globo, aos sábados à tarde, passando em seguida para os domingos de manhã, onde permaneceu até julho de 1994, teve uma passagem relâmpago pela extinta TV Colosso, onde permaneceu no mês de julho daquele ano.
A série então saiu do ar, mas retornou para os sábados de manhã no princípio de 1995, exprimível entre o vomitável programa da Xuxa e alguma outra bobagem da época, até que, misteriosamente saiu do ar. Uma pena, pois a emissora perdeu a oportunidade de enriquecer sua programação com um programa de nível, porém a partir do ano de 1997, os episódios estão sendo apresentados pelo SBT, que adquiriu os direitos de transmitir a série, prometendo inéditos, e iniciou passando com irregularidade o programa, num esquema de “tapa-buracos”, pelo menos a ordem foi mantida. Ultimamente é transmitido pela Rede Globo. Mas sorte é de quem tem TV a Cabo, pois podem assisti-los diariamente pela FOX.
O autor dos Simpsons demonstrou muito bem o cotidiano da família americana em seu trabalho. A família dos Simpsons é composta do cinco pessoas, ou cinco personagens distintos e indubitavelmente irreverentes e curiosos, e por outros personagens secundários.
Mesmo com todo o sucesso da série não poderíamos deixar de citar o desrespeito para conosco, telespectadores, no que se refere às traduções como no episódio Simpsoncalifragili... a frase que Bart escreve no quadro é: “Não vou esconder o PROZAC da professora.” Mas a VTI traduziu como: “Não vou esconder o GIZ da professora.” Será possível? É notório que existe excesso de liberdade de tradução, prova disto é o fato do Domingão do Faustão já ter ido parar até na boca da Marge em um dos episódios.
Curioso e impressionante a forma como o autor da série animada consegue explicitar o cotidiano da família americana na íntegra. O Rock e o Cinema não são os únicos assuntos em pauta. Inicialmente abordaram-se temas desde os mais singelos valores da família americana, como situações também muito comum a todos nós ( aí está o segredo da série), até mesmo pavor nuclear, mas com o passar dos anos os temas vêm passeando por racismo, adultério, fanatismo religioso, a questão dos homossexuais, o ridículo de certas instituições, o atraso mental das corporações, e isso tudo sem ser partidário a nada, e muito menos moralista, embora muitas vezes, sutis reflexões perdurem após muitos episódios.
Exemplo disso são algumas atitudes praticadas pelas personagens como o fator de na maioria dos episódios toda a família Simpson estar utilizando o cinto de segurança no veículo e apenas Homer, o chefe da família, esquivar-se desta norma; outro exemplo é a mostra da modernidade americana como nos Simpsons especial de natal, onde na loja ao lado do Tatuador Marinheiro Feliz, existia uma placa: “Removemos tatuagem com laser.” Outro dado importante é a crítica empregada em relação à segurança nas indústrias e fábricas, como exemplo podemos citar a Usina Nuclear de Springfield que é um fracasso em termos de segurança. Um cartaz aparece no episódio Uma noite encantada e diz: “Cuidado. Área radioativa. Não fume, não coma, não faça brincadeiras tolas. sete dias desde o último acidente. Em caso de arrependimento quebre o vidro.” OBS: o detalhe é que o vidro já está quebrado...
Como característica americana não poderíamos deixar de citar a antipatia entre o povo americano e o povo francês. Os franceses consideram os americanos incultos e selvagens e os americanos não suportam a “frieza” e o ar de superioridade francês. Em vários episódios este tema é abordado:
Episódios
· Os crepes da Ira – Bart vai para Paris e é explorado por dois vigaristas;
· No dia das bruxas 8 – Springfield é destruída por um míssil nuclear atingido pelos franceses, inconformados pelo fato dos americanos terem chamado os franceses de sapos;
· Só se muda duas vezes – O louco Hank Scorpio pergunta a Homer onde ele deve lançar a bomba nuclear “Itália ou França?” e Homer responde França. Hank diz: “Nunca me falaram Itália.”
Na verdade os Simpsons moram em nossos corações. É um desenho que já entrou na história e ficará nela por muito tempo por causa de seus fãs. Sendo eles um grande sucesso, sempre vão existir os que gostam deles e os que não gostam, prova real de sua forte influência junto às pessoas.
Todas as aberturas:
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